data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: divulgação Husm
Pasa (batendo o sino da alta no hospital) e a equipe responsável pelo transplante e pela recuperação comemoraram a ida para casa, nesta sexta-feira
Depois de 35 dias internado no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), João Paulo Pasa, 65 anos, que passou por um transplante haploidêntico, cirugia inédita realizada no Husm, teve alta médica nesta sexta-feira. Nesta modalidade de transplante, doador e receptor são 50% compatíveis. No caso dele, a doadora foi a filha, cuja paternidade ele reconheceu quando já adulta. A cirurgia aconteceu em 18 de março, envolvendo 15 profissionais, entre médicos e enfermeiros, da equipe do Centro de Transplante de Medula Óssea (CTMO). Pasa recebeu o diagnóstico de leucemia há cerca de 3 anos e meio. De lá para cá, foram oito internações no Husm para realizar o tratamento de quimioterapia e radioterapia. Em 2020, após a doença retornar, ele recebeu a notícia de que teria que fazer um transplante. Agora, comemora a possibilidade de fazer planos para o futuro, conviver com a filha e acompanhar o crescimento da neta.
- Vamos dia a dia, fazendo as consultas, tentando ir o mais longe possível. Tive medo pela idade, de fazer alguma coisa errada, mas isso é muito relativo, porque risco corremos aqui dentro e também lá fora. Tive uma primeira e uma segunda chance. Sou muito abençoado - disse, ao sair do hospital.
Pais avaliam ações de vacinação contra Covid-19 para crianças sem agendamento
O Hospital Universitário realiza transplantes de medula desde a década de 90. O transplante haploidêntico vem sendo realizado na última década no país. O médico hematologista responsável pelas cirugiais, Gustavo Brandão Fischer, afirma que o procedimento foi bastante difícil do ponto de vista técnico.
- Foi uma grande experiência para nós. Ele teve algumas intercorrências, que são comuns no procedimento, e que foram bem resolvidas pela nossa equipe. Isso nos enche de orgulho. É a nossa primeira alta dessa modalidade de transplante - comemora o médico.
Os cuidados do paciente continuam. Ele terá consultas semanais até 6 meses pós-alta e vai precisar usar medicamentos para evitar a rejeição. Pasa deve seguir o acompanhamento depois, mas com intervalos maiores.
- O transplante em si é complexo, esse tipo é mais ainda. Mas é a soluão para pacientes que não tem doadores 100%. É a esperança de cura para esses pacientes - finaliza Fischer.